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domingo, 18 de fevereiro de 2018

Dona Zilá - Velha guarda da Paraíso do Tuiuti

EH KALUNGA SENHOR.....LIBERTA DO CATIVEIRO SOCIAL.TUIUTI .O KILOMBO NA FAVELA SENTINELA DA LIBERTAÇÃO...


ESCRAVIZADOS... TUIUTI GRES 2018...
O KILOMBO NA FAVELA SENTINELA SOCIAL...

AULA DE HISTÓRIA RESILIÊNCIA E LUTA E MUITA POLÍTICA SOCIAL ..ORGULHO 74% POR CENTO DO BRASIL ESTA SENDO REPRESENTADO NESTE DESFILE...LAVADO E REMIDO EM ÁGUA DE CUIA...EH KALUNGA SENHOR.....LIBERTA DO CATIVEIRO SOCIAL.. TUIUTI GRES 2018...O KILOMBO NA FAVELA SENTINELA DA LIBERTAÇÃO...

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Samba Enredo 2018 - Meu Deus, Meu Deus, Está Extinta a Escravidão?

G.R.E.S Paraíso do Tuiuti



ão sou escravo de nenhum senhor
Meu Paraíso é meu bastião
Meu Tuiuti, o quilombo da favela
É sentinela na libertação
Irmão de olho claro ou da Guiné
Qual será o seu valor? Pobre artigo de mercado
Senhor, eu não tenho a sua fé, e nem tenho a sua cor
Tenho sangue avermelhado
O mesmo que escorre da ferida
Mostra que a vida se lamenta por nós dois
Mas falta em seu peito um coração
Ao me dar a escravidão e um prato de feijão com arroz
Eu fui mandiga, cambinda, haussá
Fui um Rei Egbá preso na corrente
Sofri nos braços de um capataz
Morri nos canaviais onde se plantava gente
Ê, Calunga, ê! Ê, Calunga!
Preto Velho me contou, Preto Velho me contou
Onde mora a Senhora Liberdade
Não tem ferro nem feitor
Ê, Calunga
Preto Velho me contou
Onde mora a Senhora Liberdade
Não tem ferro nem feitor
Amparo do Rosário ao negro Benedito
Um grito feito pele do tambor
Deu no noticiário, com lágrimas escrito
Um rito, uma luta, um homem de cor
E assim, quando a lei foi assinada
Uma lua atordoada assistiu fogos no céu
Áurea feito o ouro da bandeira
Fui rezar na cachoeira contra a bondade cruel
Meu Deus! Meu Deus!
Se eu chorar, não leve a mal
Pela luz do candeeiro
Liberte o cativeiro social
Meu Deus! Meu Deus!
Se eu chorar, não leve a mal
Pela luz do candeeiro
Liberte o cativeiro social


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MIDIA NINJA...

Fomos até o Morro do Tuiuti, zona norte do Rio de Janeiro, ver de perto como é a realidade de quem constrói a G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti.




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Quem encontramos lá foi Dona Zilá, que aprendeu a sambar na escola quando tinha 5 anos – ainda enquanto “Bloco dos Brotinhos” – e começou a trabalhar de empregada doméstica aos 12, passando a vida inteira sem carteira assinada. Hoje ela é a musa da velha guarda da escola, e afirma “Ainda tem escravidão, não adianta que tem. Vamo ver se de repente esse samba mexe com os deputados, os governadores..”.Facebook

Rubem Confete....UM DOS GRIOT DO CARNAVAL










Compositor. Jornalista. Roteirista. Teatrólogo. Radialista. Gráfico. Cantor. Ativista e estudioso das questões afrobrasileiras.
Cursou o 1º grau na Escola Paraná e o ginásio industrial na Escola de Artes Gráficas, em 1953.
Em 1955 frequentava o bloco carnavalesco Independentes da Serra, em Vaz Lobo.
Entre 1967 e 1970 estagiou na Imprensa Nacional. No mesmo período trabalhou também na revista “Guanabara em Revista”, órgão oficial do Museu da Imagem e do Som, do Rio de Janeiro, na publicação criada pelo diretor de MIS, Ricardo Cravo Albin.
Como radialista manteve durante vários anos o programa “Rio de Toda Gente”, na Rádio Nacional AM, do Rio de Janeiro.
Fez diversos cursos, entre eles: “Música pela Escola Villa-Lobos”, “Música Popular Brasileira”, pelo MIS (Museu da Imagem e do Som), “Teoria Musical” com Nori Mendes e “Técnica Vocal”, com a professora Maria Amália.
Entre os anos de 1962 e 1963, fez um curso de dança com a professora Mercedes Batista.
Escreveu para vários jornais cariocas, entre os quai o Jornal Tribuna da Imprensa.
Fundador da Agremiação Apóstolos do Samba, Sociedade Cultural e Recreativa, com sede na Avenida Passos, no centro do Rio de Janeiro.
Foi Conselheiro da Associação Independente dos Comunicadores do Carnaval e Sócio Honorário do Cordão do Bola Preta.
Portador da “Comenda do Mérito do Clube Municipal do Rio de Janeiro”.
Foi Presidente da Associação dos Barraqueiros do Terreirão do Samba, da qual foi um dos fundadores no ano de 1991.
Em setembro de 1992, recebeu a “Medalha Pedro Ernesto”, concedida pelo vereador Fernando William, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Por Nei Lopes*
Gráfico, jornalista, compositor, cantor, ativista e estudioso das questões dos afrobrasileiros, Rubem Confete comemora seus 70 anos no próximo dia 7 de dezembro.
A vida não se faz só de talento, nem só de trabalho, nem só de otimismo. Mas, quando estas três coisas se juntam, o resultado obviamente é o sucesso. Não necessariamente aquele sucesso que se traduz em conforto e tranqüilidade financeira.
Conjugando magistralmente estes três fatores, RUBEM CONFETE é hoje, sem dúvida, um homem de sucesso. Sem deixar nunca de ser um homem de trabalho.
Carioca até não poder mais, CONFETE é um criador e impulsionador de uma arte e de uma cultura profundamente enraizadas naqueles ambientes cariocas, onde as expressões mais legítimas da cultura afro-brasileira vieram se encontrar para amalgamar e expandir.
Por isso, CONFETE é um sambista na acepção mais radical da palavra: sambista que faz samba, ou dança samba, que organiza samba, que respira o samba. Foi assim desde Dona Clara, passando pela Serrinha, chegando á Mangueira, dando um bordejo pela Imperatriz e ancorando no Quilombo de Candeia, onde foi um dos líderes mais importantes.
Sem falar no Bloco da Imprensa, onde flutuava nos braços da já saudosíssima Dulce Alves, e sem esquecer os Apóstolos do Samba, Sociedade Cultural e Recreativa que fundou na Avenida Passos. Em São Paulo, CONFETE foi professor de samba, levando até os paulistanos da “Camisa Verde” a cadência e a malícia que eles não tinham nos anos 60. Pode-se dizer, então, que hoje o pujante samba da Paulicéia deve muito, em molho e organização, a este carioca exemplar.
Jornalista, lembro CONFETE driblando galhardamente sua deficiência visual e ditando para datilógrafos da ocasião (um deles foi o sambista Carlão Elegante, ex-funcionário da Agência Nacional) as memoráveis lições de otimismo e de cultura afro-carioca, que escreveu para a Tribuna da Imprensa e outros jornais.
Radialista, ele é o próprio “Rio de Toda Gente”, com seu programa na Rádio Nacional onde recebe a todos de braços e sorrisos abertos, dando uma força, dando uma ajuda, ditando dos escaninhos da memória aquele samba há muito esquecido, dando um recado, teatralizando com muito humor e memória prodigiosa, um caso que lhe contaram há quinze dias.
Iniciado na tradição dos Orixás, CONFETE é autoridade no culto, Ogan que é, confirmado no Ilê Obatalá, Casa da Nação Jeje-Vodun.
Como Presidente da Associação Cultural dos Barraqueiros do Terreirão do Samba, fundada em 02 de março de 1991, ele conduziu e encaminhou as legítimas reivindicações do imenso contingente de foliões trabalhadores que lutam por manter acesa uma das mais importantes tradições cariocas: a dos barraqueiros das nossas festas-de-largo da Penha, Glória, São Jorge, Carnaval, etc..
Por isso, pela lição de otimismo que, apesar das adversidades que sempre, desde menino, enfrentou , e, principalmente, pela generosa capacidade que tem de fazer amigos é que RUBEM CONFETE fez juz à láurea que recebeu em setembro de 1992, a “Medalha Pedro Ernesto”, concedida pelo vereador, de então, Fernando William, da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Talento múltiplo, repositório da mais pujante energia afro-brasileira, CONFETE é um “jequitibá velho”, “madeira-de-dar-em-doido”. Então, deixem-no passar, com sua elegância, com sua “non challance” de negro jeje.
*2/12/2006
6.jpg
Por Thales Ramos*
Foto de Bruno Villas Bôas
No centenário armazém entre as ruas Gomes Freire e Senado, no bairro da Lapa, o pessoal do Centro Popular de Cultura Aracy de Almeida dobra os últimos panfletos a respeito da roda de samba realizada no local. Vassouras penduradas e uma infinidade de azeites e aguardentes ocupam as antigas prateleiras. Sentado à mesa da calçada, um senhor de camisa azul e calça branca pede uma cerveja. De cinco em cinco minutos, é abordado com uma mesma saudação: “Fala Confete!”
Rubem dos Santos, conhecido como Rubem Confete, completou 70 anos em dezembro do ano passado. Fala muito, mas não fala demais. Tudo o que diz é absolutamente relevante e essencial. Durante quase duas horas de entrevista e, posteriormente, outras tantas mais ao lado dele, fica claro que se está próximo de alguém que fez e ainda faz diferença no samba e na cultura carioca.
“O grande problema das rodas é que, quando você está com público muito grande, o cara só quer cantar samba que o pessoal conhece”, afirma Confete, acrescentando, contudo, que existem espaços para novas composições. “Tem uma juventude compondo. Antigamente, a juventude só cantava as músicas antigas, de rádio. Hoje não, eles já cantam suas próprias composições.”
Dentro do Armazém do Senado, duas panelas de arroz carreteiro são colocadas à disposição da freguesia. O cheiro gostoso vem cá fora. Confete, depois de beber um copo de cerveja, pede uma dose de cachaça, sendo prontamente atendido. “Sambista, antigamente, para estourar, tinha que ficar velho. Paulinho da Viola foi uma exceção, assim como Martinho da Vila. O sambista ficava lá no morro, nas escolas.”
E quem fala começou no samba ainda menino, nos blocos de carnaval. Foi passista da Mangueira e viu o nascimento do Império Serrano. Conviveu nas escolas de samba com bambas como Natal da Portela e Mestre Fuleiro. Foi ele, inclusive, quem indicou o cantor Roberto Ribeiro e Dicró às gravadoras.
Confete está com um grave problema de visão, mas não se deixa abalar. Além de comandar, ao lado de Dorina, um programa na Rádio Nacional, das segundas às quintas-feiras, das 13h às 15h, planeja lançar o seu segundo disco solo. Ele também quer gravar um dvd que irá chamar de “Tributo a Zumbi dos Palmares”, com seis ou sete músicas de sua autoria, além de parcerias com Nilze Carvalho e Délcio Carvalho.
Confete também atuou como jornalista. Foi foca da revista do “Museu da Imagem e do Som”, escreveu na Tribuna da Imprensa (onde fez a primeira entrevista com a ainda criança Nilze Carvalho) e nos jornais de esquerda Pasquim e Lampião. Foi comentarista de carnaval na TV Globo, TVE e Rede Manchete, além de radialista nas rádios Roquete Pinto e Nacional (sua casa há 27 anos).
Depois de um longo e histórico bate-papo, Confete explica que precisa marcar presença no Bar Paulistinha, que fica a poucos quarteirões do Armazém do Senado. Pouco tempo depois, para a surpresa de quem permaneceu no Armazém, ele reapareceu para dar uma canja. E prova que tem uma belíssima voz, encerrando a palinha com “Sublime Pergaminho”, samba-enredo da Unidos de Lucas, de 1968.
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#SomosLivres ...A escravidão que desfilou no carnaval é realidade todos os meses do ano



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A escravidão que desfilou no carnaval é realidade todos os meses do ano. No dia 28 de janeiro celebramos o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, mas a nossa luta pela erradicação é contínua. Faça parte. Faça barulho usando #SomosLivres nas suas redes sociais.

Ministério Público do Trabalho


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Essa não é uma vaga real. Mas é a realidade de milhares de cidadãos brasileiros que ainda vivem sob o regime de escravidão. Mais que lembrar o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, trazemos um pedido: ajude a preservar a integridade dos trabalhadores brasileiros.#SomosLivres #ForaEscravidão

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DESPRERPARO E IRRESPONSABILIDADE NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS....POR QUE SÃO POBRES E DE COMUNIDADES......



Isso não pode ser real, é surreal!😕😡🤧🤮
A pior imagem que você vai ver hoje. O exercito brasileiro humilhando crianças....


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DESPRERPARO E IRRESPONSABILIDADE NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS....POR QUE SÃO POBRES E DE COMUNIDADES......

É incrivel como quando as pessoas são pobres tudo pode...O PROBLEMA NÃO E A REVISTA E A FORMA COMO ESTA IMPOSTA PARA CRIANÇAS SERVIÇO MAL FEITO.... ...CRETINICE E MESMO UMA TRISTEZA.... VAMOS VER NO ASFALTO COM O FILHOS DOS RICOS SERA QUE SERA DA MESMA FORMA... 


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Decisão de desembargadora é elogiada pela OAB

A decisão judicial foi elogiada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Na semana passada, a entidade pediu aidentificação dos policiais civis e militares que revistaram as mochilas das crianças.


- Se os traficantes usam as mochilas das crianças para esconder armas, são eles que devem ser combatidos - disse o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, João Tancredo...


DECISÃO ANTERIOR A ESSE DESCASO: LAMENTAVEL ISSO ACONTECER DE NOVO...

A decisão  pela desembargadora Cristina Tereza Gaulia, do plantão noturno do Tribunal de Justiça. Ela proibiu que qualquer criança ou adolescente no Estado do Rio sofra constrangimento por causa de revista feita por policiais.

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Tratando-se de Eduardo Cunha, difícil prever qual será o fim da história.




A partir de 2013, o governo Dilma Rousseff sofreu uma série de reveses que levaram a presidente, antes com a popularidade nas alturas, a obter uma vitória apertada na disputa pela reeleição e, em seguida, à pior crise no Planalto desde o governo Fernando Collor.

Embora sejam vários os fatores que colocaram a petista na complicada posição atual – prestes a possivelmente ser afastada para sofrer um processo de impeachment –, teve imenso peso a oposição ferrenha feita pelo deputado Eduardo Cunha, parlamentar do maior aliado do governo até então, o PMDB.
Principal artífice do atual processo de impeachment, antes mesmo de assumir a presidência da Câmara, em fevereiro de 2015, Cunha já era visto como um aliado, digamos, não tão aliado assim. O histórico, amplamente divulgado pela imprensa, não mente: o deputado foi o pivô das piores insurgências da base aliada no momento em que Dilma teoricamente ainda tinha maioria no Congresso.

Alçado ao comando da Casa, Cunha se tornou um dos políticos mais poderosos do país em seu terceiro mandato como deputado federal. E, diante de seu notório conhecimento do regulamento interno da Câmara, imprimiu um ritmo poucas vezes visto de votação, ao mesmo tempo em que fez uso de todo o seu poder de escolher o que colocar na pauta, e o que deixar “na gaveta”.
Em entrevista à BBC nesta quarta, antes de o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, decidir pelo afastamento do parlamentar não só da presidência da Câmara como do mandato de parlamentar, Dilma o acusou de usar esse poder para impedir “o país de aprovar as reformas necessárias para sair da crise”.
Além disso, criticou ainda o que chamou de “espécie de complacência” da sociedade brasileira com o peemedebista: “O responsável pela aceitação e colocação do processo de impedimento que me atinge é uma pessoa denunciada pública e notoriamente, com contas no exterior, com acusações de lavagem de dinheiro das mais variadas. E ele tem acusações há mais tempo que o meu processo de impeachment”, disse a presidente.

Em seguida, acrescentou que o processo de impeachment foi “detonado” por Cunha após o PT decidir, em dezembro passado, votar contra ele no Conselho de Ética da Câmara, que analisa um pedido de cassação contra o parlamentar.
(Foto: Ag. Brasil)Direito de imagemAG. BRASIL
Image captionCunha acolheu pedido de impeachment contra Dilma
Essa crise, porém, não nasceu em 2015. Seu início, ao menos público, remonta, não coincidentemente, a 2013, ano em que tudo começou a dar errado para Dilma. Relembre os principais momentos:

Insurgência e concessões

Líder do PMDB na Câmara, Cunha foi o principal opositor, em 2013, à medida provisória que redefiniu as regras para o setor portuário. Acusado de atender a interesses empresariais, ele queria mudanças no texto, como permitir a renovação de concessões em portos públicos assinadas após 1993.
O tema consumiu longas e tensas sessões no Congresso. Para aprovar a MP, o governo teve, em parte, de ceder às reivindicações da rebelião na base aliada liderada pelo deputado.

O caso, porém, não parou aí: Dilma vetou alguns dos pontos incluídos na Câmara, provocando a fúria de Cunha. Ele saiu do episódio criticando duramente a articulação do governo na casa.
(Foto: Luis Macedo: Ag. Câmara)Direito de imagemLUIS MACEDO L AG. CAMARA
Image captionParlamentar começou a ter destaque nacional ao enfrentar o governo na votação da MP dos Portos

Motim na base

Após a barulhenta experiência ocorrida na MP dos Portos, Cunha organizou em pleno 2014, ano de disputa presidencial, um bloco com parlamentares de partidos aliados e da oposição que passou a atuar contra propostas defendidas pelo Planalto.
Para aprovar algumas delas, o governo teve de fazer concessões tanto nos textos em si como ao liberar verbas para emendas dos congressistas no Orçamento.
Não foram poucos os bate-bocas, pela imprensa, entre Cunha e petistas. O deputado chegou a defender publicamente que o PMDB rompesse com o partido da presidente.

A corrida pela Câmara

Devido ao protagonismo alcançado nos anos anteriores, era claro entre os deputados o favoritismo de Cunha para assumir a presidência da Câmara em 2015 – também contou o fato de ele ser visto como um defensor de iniciativas pró-parlamentares.


(Foto: Rodolfo Stuckert/Ag. Câmara)Direito de imagemRODOLFO STUCKERT L AG. CAMARA
Image captionDeputado venceu queda de braço com o PT e provou sua força ao se eleger presidente da Câmara
Sentindo as dores de cabeça que vinham por aí, o governo partiu para uma arriscada tentativa de evitar sua vitória. Surgiram relatos de que ministros usaram a negociação de cargos para pressionar deputados aliados a votarem no petista Arlindo Chinaglia (PT-SP) para mesma cadeira.
Além de piorar ainda mais a relação entre governo e Cunha, a estratégia não deu certo: o peemedebista foi escolhido com folga.

Com o poder nas mãos

Não foram poucas as derrotas sofridas pelo governo na Câmara sob o comando de Cunha. O peemedebista levou ao plenário, por exemplo, a PEC da Bengala, na gaveta desde 2005, que permite à cúpula do Judiciário se aposentar aos 75 anos, e não aos 70.
Aprovado, o texto retirou de Dilma a certeza de que indicaria ao menos mais cinco ministros do STF durante seu segundo mandato.
(Foto: Ag. Brasil)Direito de imagemAG. BRASIL
Image captionRompimento com Dilma, para muitos, foi apenas protocolar: Cunha já atuava como opositor
E vieram mais derrotas. Contra o governo, Cunha conseguiu a aprovação, por exemplo, de uma proposta de redução da maioridade penal, por exemplo.

Enquanto as investigações da Operação Lava Jato o implicavam cada vez mais, ele rompeu oficialmente com o governo, em julho. No início do mês, autoridades da Suíça afirmaram ter bloqueado US$ 5 milhões em contas do deputado e seus familiares no país, alimentando mais pedidos por sua saída.
Sua estratégia foi partir para o ataque: o parlamentar afirmou ser alvo de perseguição do governo por meio do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Ele sempre negou ser titular das contas no exterior, algo que chegou a dizer inclusive à CPI da Petrobras. Para partidos como PSOL e a Rede, Cunha mentiu à comissão e Cunha deve perder o mandato por isso – o que ele também refuta ao sustentar ser apenas ser o beneficiário de um trust (entidade criada para administrar bens de terceiros).
O processo segue até hoje em lenta tramitação no Conselho de Ética da Câmara. Ele e seus muitos aliados na Casa, e no próprio colegiado, têm lançado mão de uma série de medidas protelatórias, inclusive com tentativas de anular a tramitação.
(Foto: Getty)Direito de imagemGETTY
Image captionCunha é um dos principais acusados no escândalo de corrupção na Petrobras

Dono de suspense – e do martelo

Nos meses seguintes, enquanto as investigações da Lava Jato avançavam ainda mais contra Cunha e se aproximavam do Palácio do Planalto, o deputado adotou um clima de suspense em torno de aceitar ou não um pedido de impeachment contra Dilma Rousseff.
Segundo o noticiário político, nos bastidores ele cortejava o governo e a oposição com o objetivo de tentar preservar seu mandato. Publicamente, fazia várias críticas à gestão federal e acumulava encontros com representantes de movimentos favoráveis ao afastamento da petista.
Tudo isso durou até dezembro, quando os protestos que pediam a saída de Dilma haviam arrefecido e o tema tinha, de certa forma, perdido destaque.
Foi então que, em meio à expectativa sobre o Conselho de Ética da Câmara aceitar ou não abrir um processo contra ele, Cunha convocou jornalistas para anunciar que havia aceito o pedido de impeachment apresentados pelos advogados Janaina Paschoal, Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr.
O deputado sempre negou ter agido por vingança, mas aliados da presidente, e mesmo ela própria, afirmam que ele tomou a medida porque o PT havia decidido votar contra ele no colegiado – o que de fato acabou ocorrendo.
Essa é, aliás, uma das linhas de defesa de Dilma: a de que houve “desvio de finalidade” por parte de Cunha ao usar seu cargo para se “vingar” do governo.

A cara do impeachment na Câmara

Desde o início, Cunha deixou claro o lado em que estava no processo de impeachment.
O processo foi paralisado pelo STF, após pedidos de parlamentares governistas, ele tomar uma série de medidas que desfavoreceriam Dilma, como a eleição de uma chapa avulsa, sem o aval dos líderes de cada partido, para a Comissão Especial que analisaria o pedido de afastamento na Casa.
Quando a corte deliberou sobre as questões contestadas, Cunha entrou com recursos que fizeram com que a tramitação ficasse paralisada até março.
O que se viu em seguida foi um processo célere. O deputado, com certa antecipação, marcou a sessão em que os deputados decidiriam por autorizar o processo contra a presidente para um domingo, aumentando sua visibilidade.
Em seu voto na sessão, na qual Dilma foi derrotada por 367 a 137 votos (eram necessários 342 para o impeachment avançar), o peemedebista disparou: “Que Deus tenha misericórdia desta Nação, voto sim”.

Saída (pelo menos até o momento) da presidência da Câmara

Apenas os aliados mais próximos de Cunha defendiam sua permanência na presidência da Câmara. Entre governo e oposição, e vários setores da sociedade, o sentimento era de que ele não tinha mais condições de comandar a Casa.
Seguidas pesquisas Datafolha mostraram que cerca de 80% dos brasileiros defendiam sua cassação.
O deputado, porém, sempre refutou a ideia de renunciar à cadeira. O STF, por exemplo, deveria analisar se ele, réu da Lava Jato, poderia assumir a Presidência da República na ausência de Michel Temer, que deve substituir interinamente Dilma já na semana que vem.
Caso Temer assuma, o presidente da Câmara se torna o segundo na linha sucessória do país.
A decisão de Teori será levada a plenário no STF. Ela se baseia em um pedido da Procuradoria-Geral da República, para quem o deputado usa o cargo para atrapalhar investigações contra si.
Tratando-se de Eduardo Cunha, difícil prever qual será o fim da história.

Do auge ao processo de cassação: a trajetória de poder de Cunha em 5 capítulos


Do auge ao processo de cassação: a trajetória de poder de Cunha em 5 capítulos



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Três anos atrás, Eduardo Consentino da Cunha era praticamente um anônimo para o grande público, mas um velho conhecido da gestão Dilma Rousseff e das entranhas da política brasileira.
Personagem cuja trajetória remonta à campanha de Fernando Collor de Mello, em 1989, e ao governo de Anthony Garotinho no Rio de Janeiro no fim da década de 1990, o deputado estava apenas em seu terceiro mandato em 2013, ano em que protestos ocorridos em todo o país derrubaram a avaliação da maioria dos governantes ─ incluindo a de Dilma, à época surfando em uma onda de popularidade.
Enquanto a maioria dos políticos analisava como responder ao clima de insatisfação generalizado no país, Cunha iniciava ali, ao menos de forma mais explícita, seu caminho para se tornar um dos políticos mais poderosos do país.
Certamente não imaginava, porém, que toda essa visibilidade levaria à renúncia, às lágrimas, da presidência de uma Casa que até pouco tempo atrás todos diziam estar sob seu completo domínio.
"Resolvi ceder aos apelos generalizados dos meus apoiadores, diante da interinidade bizarra da Casa. Somente minha renúncia pode pôr fim a isso", disse Cunha ao renunciar ao comando da Câmara em julho.
Nesta segunda-feira, contudo, seu futuro político será decidido por seus colegas de plenário. Eles vão julgar se Cunha deve ser cassado.
Uma eventual perda do mandato configuraria, assim, se não o fim, um hiato importante na trajetória de um dos personagens mais controversos na história política recente do país.
Em entrevista á Folha de S. Paulo, o deputado alega que sua cassação reforçaria a tese de que o impeachment de Dilma Rousseff foi um "golpe".
"Os defensores do PT querem a minha cabeça para ter o troféu. O discurso do golpe precisa da minha cassação. Isso é o que vai turbinar o PT para 2018", afirma.
A BBC Brasil preparou uma lista dos principais momentos na carreira de Eduardo Cunha:
Michel Temer e Eduardo Cunha na Câmara, em 2015Direito de imagemAG. BRASIL
Image captionMichel Temer sempre evitou tecer críticas a Eduardo Cunha

1) Ascensão

Ao assumir a liderança do PMDB, em fevereiro de 2013, Cunha foi responsável por uma guinada no então tranquilo relacionamento entre o governo Dilma e a base aliada na Câmara.
O ponto alto da tensão foi evidenciado na discussão da MP dos Portos, em maio do mesmo ano, medida provisória que definiu novas regras para o setor portuário.
Acusado de atuar a favor das empresas do setor, Cunha liderou uma rebelião contra o governo, que acabou obrigado a fazer concessões para conseguir a provar a proposta - que, assim, demandou longas e tensas sessões no Congresso.
No fim, o processo expôs a primeira cisão pública entre ele e a presidente: o deputado a acusou de descumprir acordos ao vetar alguns pontos da MP.
A partir de então, o peemedebista articulou um bloco de parlamentares insatisfeitos de vários partidos da base aliada e da oposição. E, em 2014, começou a defender abertamente que o PMDB rompesse com o PT.
O "blocão" dificultou a vida do governo na Câmara, e como seu principal representante, Cunha foi alçado ao noticiário e paulatinamente se fortaleceu entre as grandes forças políticas.
Eduardo Cunha quando foi eleito presidente da Câmara, em fevereiro de 2015Direito de imagemAG. BRASIL
Image captionDeputado se transformou em porta-voz dos aliados descontentes com o governo

2) Poder

A Operação Lava Jato era uma grande nuvem negra se aproximando da classe política brasileira ─ e os boatos já davam conta de que o peemedebista tinha sido seriamente implicado nas investigações.
Mas embalado pelo status de opositor ─ ainda que não oficial ─ do governo e por uma fácil reeleição nas eleições de 2014, Cunha venceu facilmente a disputa para comandar a Casa em fevereiro de 2015, mesmo sob forte oposição do PT, que tentou emplacar Arlindo Chinaglia no posto.
A aposta da gestão de Dilma Rousseff na tentativa frustrada de impedi-lo de assumir o cargo apontava um temor que depois provou fazer sentido.
Como presidente da Câmara, ele tomou em suas mãos o controle da pauta da Casa e aplicou várias derrotas à gestão petista - em algumas das vezes, seu amplo e célebre conhecimento das regras do Legislativo permitiram que recolocasse em votação parte das poucas propostas em que havia perdido, provocando críticas de seus opositores.
À época, o peemedebista também recebia elogios pelo ritmo intenso de votações que imprimiu. O ano de 2015 se tornou o recordista no número de propostas votadas na Câmara desde 1991.
Sua força se manteve mesmo quando as investigações da Lava Jato já o encurralavam: Cunha rompeu oficialmente com o governo e começou a cortejar publicamente os movimentos pró-impeachment, mas, segundo os bastidores políticos, negociava com os dois lados uma estratégia para sua salvação.
A moeda de troca: aceitar ou não um pedido de impeachment de Dilma, suspense que durou quase todo o segundo semestre do ano passado e teve o desfecho que conhecemos: a petista foi afastada temporariamente do cargo em maio e, no mês passado, perdeu o mandato após votação no Senado.
Manifestante joga dólares falsos em Eduardo Cunha durante entrevista coletivaDireito de imagemAG. BRASIL
Image captionCom avanço da Lava Jato, peemedebista virou alvo frequente de protestos

3) Declínio

Embora provasse frequentemente sua força, Cunha começou a sofrer seguidos desgastes públicos.
Aos poucos, delatores da Lava Jato foram o implicando cada vez mais no escândalo de corrupção da Petrobras.
Sua situação piorou quando o Ministério Público da Suíça informou seus pares brasileiros sobre milhões depositados no país europeu, atribuídos ao deputado.
O problema é que ele havia negado, em depoimento à CPI da Petrobras, possuir contas bancárias no exterior. Diante disso, PSOL e Rede entraram com um pedido de cassação no Conselho de Ética da Câmara, argumentando que ele havia quebrado o decoro parlamentar ao mentir para seus colegas.
Cunha até hoje sustenta que não mentiu ─ diz que os valores eram geridos por trusts (fundações que administram recursos de terceiros) e, logo, que ele é apenas um beneficiário.
O processo interno contra ele, porém, acabou caminhando, mesmo que a passos lentos. E as apurações da Lava Jato avançaram de tal modo que ele acabou se tornando réu do caso no STF - já são duas ações, e podem vir mais por aí.
Eduardo Cunha comanda sessão em que Câmara deu aval ao início de um processo de impeachment contra Dilma, em 17 de abril de 2016Direito de imagemAG. CÂMARA
Image captionProcesso de impeachment virou tábua de salvação - mas só por um tempo

4) Resistência e aceitação do pedido de impeachment

A queda de Cunha era defendida por muitos há meses ─ e não eram poucos os que acreditaram, em vários momentos, que ela estava próxima.
Mas a verdade é que o peemedebista se provou resistente ─ contando para isso com a ajuda de uma verdadeira tropa de choque de deputados aliados agindo em sua defesa.
Por meio de manobras regimentais, esse grupo fez o processo no Conselho de Ética voltar ao ponto zero quando já se encaminhava para uma conclusão. Como resultado, a análise de seu caso se tornou a mais longa do colegiado: foram oito meses de exaustivas discussões, recursos e tentativas de anular a ação.
As composições no conselho, aliás, são apontadas como estopim do início do impeachment, em dezembro de 2015: Cunha acolheu o pedido de afastamento de Dilma na mesma semana em que o PT anunciou que votaria contra ele.
Ao dar início ao processo, ele ganhou mais tempo no poder: na oposição, era forte o sentimento de que o peemedebista teria papel fundamental na condução dos trâmites na Casa, o que de fato ocorreu.
Pelas mãos de Cunha, a escolha da comissão que analisaria o caso teve uma reviravolta - no lugar de uma composição pró-governo, ele articulou a eleição de uma chapa avulsa.
Além disso, o deputado imprimiu velocidade ao processo e manejou o calendário para que a votação pelo plenário ocorresse no dia 17 de abril, um domingo, atraindo as atenções de todo o país.
Eduardo Cunha após entrevista coletiva na Câmara em abril de 2016Direito de imagemAG. BRASIL
Image captionVotação no Conselho de Ética selou destino do mandato de Cunha

5) Queda

A partir do dia 17 de abril, o impeachment virou assunto do Senado, levando o mundo político a questionar qual seria o papel de Cunha daí em diante.
A resposta não levou muito tempo: cerca de duas semanas depois, ele acabou afastado da presidência da Casa e do mandato pelo STF.
O ministro Teori Zavascki, responsável pela Lava Jato no STF, atendendo a pedido do procurador-geral da República Rodrigo Janot, entendeu que ele usava sua posição para constranger pares e atrapalhar investigações contra si. A decisão acabou ratificada, por unanimidade, pela corte.
Um mês depois, o juiz Sergio Moro tornou a mulher de Cunha, Cláudia Cruz, ré em um processo, acusando-a de ser favorecida pelos valores depositados na Suíça.
E as notícias negativas não pararam por aí: depois de oito meses de manobras, o Conselho de Ética da Câmara finalmente votou o parecer recomendando sua cassação.
A verdade é que o argumento do trust não surtiu efeito: com base em assinaturas suas e em comprovantes de pagamentos de despesas sua família, o conselho aprovou no mês passado parecer recomendando sua cassação - foram 11 votos a 9, quando as apostas eram de um empate ou vitória dele.
Com isso, suas opções de manobras praticamente se exauriram: restou apresentar um recurso à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) pedindo a anulação do processo sob o argumento de cerceamento de defesa.
O relator do pedido, o deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF), emitiu parecer defendendo que a votação pelo Conselho de Ética fosse anulada. Mas, em votação simbólica, a CCJ o rejeitou.
Nesse meio tempo, Cunha anunciou sua renúncia em julho deste ano, abrindo espaço para sua sucessão no comando da Casa.
Nesta segunda-feira, o plenário deve decidir sobre sua cassação. Serão necessários 257 votos, a maioria simples da Casa, para que ele perca seu mandato.
Restará ainda saber qual papel ele assumirá, a depender da evolução dos processos dos quais é alvo na Lava Jato. Uma das dúvidas é se ele continuará aliado do presidente Michel Temer, ou se representará uma ameaça a seu governo.

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